O climatério é o período de vida da mulher caracterizado pela diminuição gradativa da produção do estrogênio pelos ovários até sua completa exaustão com possíveis prejuízos para a qualidade de vida e para a saúde integral feminina. Dentro dele encontra-se a menopausa, que é a data da última menstruação que, na mulher brasileira, acontece por volta dos 50 anos.
Embora o climatério seja uma fase natural da vida feminina e algumas mulheres não tenham queixas e nem necessitem de tratamento, a grande maioria, cerca de 60 a 80%, apresenta sintomas variados, principalmente as famosas ondas de calor e os suores noturnos que comprometem a qualidade do sono e da vida. Ademais, podem ser acompanhados por um cortejo de outros sintomas desagradáveis, como insônia, irritabilidade, depressão, diminuição da lubrificação vaginal e do desejo sexual, diminuição da memória, entre outros.
As evidências mostram ainda, maior susceptibilidade às doenças cardiovasculares e às fraturas ósseas, principalmente vertebrais e de quadril, que aumentam a mortalidade. Portanto, é uma fase de muitas mudanças na vida da mulher que exige acolhimento, orientação quanto aos cuidados preventivos com a saúde e, quando necessário, tratamento precoce e adequado para prevenção de complicações futuras.
É, sem dúvida, um importante tema de saúde pública, uma vez que, com o aumento da longevidade observado nas últimas décadas, grande parte das mulheres viverá mais de 30 a 40 anos após a menopausa vulneráveis à deficiência do estrogênio, fato que impõe cuidados preventivos adequados para melhorar a saúde, a expectativa e a qualidade de vida.
A terapia hormonal (TH) é o tratamento mais eficaz para os sintomas da menopausa e é a indicação primária para o alívio dos calores e dos suores noturnos. Há evidências, porém, de outros benefícios, entre eles, a diminuição de fraturas por osteoporose, a proteção cardiovascular, a melhora da pele, da sexualidade, da função urinária, do humor e do sono, da memória, além do melhor controle da taxa de glicose no sangue e consequente diminuição do diabetes. É muito importante, porém, respeitar o momento oportuno para a reposição hormonal, antes dos sessenta anos e com menos de dez anos de menopausa, visando assim a prevalência dos benefícios e menores riscos.
Na presença de contraindicação para o uso de hormônios, são indicados os tratamentos alternativos, principalmente da classe dos antidepressivos, que podem exercer alguma ação na melhora dos calores.
Diante da indicação e da ausência de qualquer contraindicação para a TH, o próximo passo é explicar detalhadamente todos os benefícios e possíveis riscos do tratamento e quando houver predomínio das vantagens (e se a paciente assim desejar), a reposição hormonal pode ser iniciada de forma totalmente individualizada e baseada em evidências científicas.
Para tanto, o principal hormônio utilizado é o estrogênio, semelhante ao que o ovário produz naturalmente. Em mulheres com útero, associa-se a progesterona para proteção da mucosa do útero de alterações relacionadas à malignidade. Em situações especiais e após juízo clínico, também pode-se acrescentar o hormônio masculino, em geral a testosterona.
É sempre bom enfatizar que a terapia hormonal deve ser prescrita de acordo com as características e necessidades individuais e não é, em hipótese alguma, uma “receita de bolo”, pois o que pode ser eficaz para algumas mulheres, pode não ser para outras. Além do mais, recomenda-se a utilização da menor dose hormonal e pelo menor tempo possível adequados para cada paciente, visando, sobretudo, maximizar os benefícios e minimizar os riscos.
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Essa é, sem dúvida, a principal preocupação das pacientes. Porém, o risco de câncer de mama associado ao uso da TH é muito pequeno e as evidências atuais apontam incidência anual de menos de um caso por 1.000 mulheres. Por isso, é muito importante a avaliação dos riscos e dos benefícios individuais, o acompanhamento clínico, a mamografia anual e a utilização da menor dose hormonal pelo menor tempo possível.
É preciso ter em mente que a principal causa de mortalidade na pós- menopausa é a doença cardiovascular, bem à frente de qualquer tipo de câncer. Daí a importância do ginecologista, desde a mais tenra idade, na orientação adequada de hábitos saudáveis e das medidas preventivas, principalmente alimentação adequada, estímulo à atividade física, evitar o estresse, o fumo, as bebidas alcoólicas e o ganho excessivo de peso.
Ademais, é bom frisar que a terapia hormonal, quando iniciada precocemente, próximo à menopausa, pode trazer consigo a proteção cardiovascular.
Quanto mais próximo do início dos sintomas e mais perto da menopausa, maiores os benefícios e menores os riscos associados. É o momento oportuno para o início do tratamento, que não deve ultrapassar os primeiros dez anos após a data da última menstruação e deve ser iniciado antes dos sessenta anos.
Essa é também uma grande e justa preocupação, porém, ao contrário do que muitos pensam, o aumento de peso com a reposição hormonal na menopausa é um mito.
Na verdade, o ganho de peso nesta fase da vida decorre, em geral, de alterações metabólicas inerentes ao envelhecimento. É normal que todos aumentem de peso com a idade.
Durante a idade fértil, a gordura tem distribuição periférica, logo abaixo da pele e dá forma ao corpo feminino. No climatério, ao contrário, a distribuição torna-se mais central com maior acúmulo de gordura na região do abdômen, mesmo nas mulheres que não fazem a reposição.
Por isso, é primordial seguir hábitos alimentares saudáveis e praticar atividade física, pois o aumento de gordura abdominal aumenta o risco de doenças cardiovasculares, principal causa de morte nessa fase da vida.
Não existe duração pré-determinada. Em geral utilizamos pelo menor tempo necessário para cada paciente e desde que não apareçam situações novas que venham a proibir o tratamento. É de fato, uma abordagem muito individualizada. Costumo dizer, quando sou interrogada sobre essa questão, que o tratamento se estenderá até a próxima consulta, quando, em geral, anualmente, serão realizados a avaliação clínica e os exames complementares pertinentes que nortearão a continuidade e a segurança da terapia hormonal.
Com certeza, é sim. São queixas comuns entre cerca de metade das mulheres após a menopausa.
Quando a mulher não pode ou não quer fazer a terapia hormonal, mesmo que seja o uso tópico de cremes vaginais à base de estrogênios, existem outras opções, entre eles o uso de lubrificantes durante a relação sexual e principalmente os hidratantes vaginais, que utilizados ao deitar e a cada 72 horas costumam trazer bastante lubrificação para a vagina.
Mais recentemente, o LASER apareceu como opção promissora para o tratamento da flacidez e de todas as queixas relacionadas a atrofia vulvo-vaginal decorrentes da grande diminuição da produção dos estrogênios após a menopausa.
Quando aplicado de forma padronizada e por mãos experientes, o método tem se mostrado bastante eficaz para alívio da secura vaginal, da queimação e da dor ao urinar, além de melhorar a satisfação nas relações sexuais.
Graduada pela Faculdade de Medicina de Catanduva, realizou Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia no ciclo cirúrgico do Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliveira. Possui Mestrado em Ginecologia e Doutorado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo.
Atualmente, é médica pesquisadora-servidora técnico-administrativo e professora orientadora da pós-graduação do Departamento de Ginecologia da Unifesp. Atua em Medicina, com ênfase em Ginecologia, abraçando, principalmente, os seguintes temas: climatério, tratamento hormonal e não hormonal da transição para a menopausa e pós menopausa, endocrinologia ginecológica e laser em ginecologia.
Também é coordenadora do Setor de Climatério do Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliveira.
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